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Procuramos alguém que acompanhe o noticiário sobre a cidade e tenha conhecimentos de redes sociais e de internet. Experiência anterior em órgãos públicos e em jogar jogos sociais serão diferenciais. A bolsa é de R$ 800, por 5 horas de trabalho, e o local de trabalho fica na região central de São Paulo-SP.
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Moradores da Vila Almeida, em Santo Amaro, querem mais acessos a Marginal Pinheiros.
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Irregularidades no Shopping Santa Cruz atraia pombos, e espantava pessoas.
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Saiba como postar o seu problema. Você denuncia, e o Urbanias cobra!
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Sinalização complicada e cruzamento perigoso. Semáforos problemáticos.
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Entrevista Natália Garcia: conhecer o mundo para ajudar São Paulo
Postado em 11.3.11 por Urbanias | 0 comentários
"Aos 24 já era uma típica motorista paulistana estressada", destaca.
Natália Garcia - criadora do site Cidades para Pessoas |
Natália Garcia, esse é o nome da jovem jornalista que decidiu conhecer 12 cidades pelo mundo em apenas um ano. Ela estudará projetos de planejamento urbano que priorize as pessoas, e não os veículos.
Esta expedição de Natália será custeada (se tudo der certo) através de Crowdfunding. A palavra é nova, mas a ideia nem tanto: somar pequenas contribuições de várias pessoas para que projetos interessantes possam sair do papel. O que muda é a facilidade de espalhar a ideia e encontrar interessados pela internet. Depois de uma viagem à Bogotá (Colombia), onde conheceu a eficiência do transporte local, ela deixou seu emprego na Editora Abril e passou a trabalhar como freelancer, para ter mais tempo de conhecer a cidade e seus mistérios. Trocar o carro pela bicicleta foi consequência. Natália também participou do projeto !sso não é Normal, um site criado para discutir mudanças climáticas no Brasil. Nesse projeto ela conheceu o trabalho do urbanista dinamarquês Jan Gehl, que a inspirou a criar o projeto Cidades para Pessoas. Na conversa abaixo, ela conta mais sobre a ideia, sua paixão pela bicicleta e de sua vida como cidadã paulistana.
Urbanias: Quando decidiu montar o projeto Cidades para Pessoas?
Natália Garcia: Na época, eu tinha um emprego na Editora Abril e passei minhas férias em Bogotá. Queria ir para uma cidade que eu pudesse conhecer de bicicleta. Em Bogotá descobri a revolução que a cidade tinha vivido em apenas 15 anos e passou de uma metrópole cheia de problemas a referência na America Latina em revitalização e transporte público. Quando voltei de Bogotá pedi demissão para me dedicar exclusivamente a pesquisar e escrever sobre planejamento urbano. Foi quando me envolvi com o projeto !sso Não É Normal. Uma das reportagens que fiz para este site era uma união de exemplos de boas práticas de outras cidades que poderiam inspirar São Paulo. Uma dessas práticas foi a revitalização do centro de Melbourne (Austrália), que teve consultoria do arquiteto dinamarquês Jan Gehl. Eu o entrevistei para esta reportagem, e estudando seu trabalho passei a ter vontade de visitar todas as cidades em que ele atuou como planejador ou consultor. Foi aí que comecei a esboçar o cidades para pessoas.
UB: Como funcionará o seu projeto?
NG: Nesse projeto eu vou viajar durante um ano para 12 cidades, e morar um mês em cada uma delas para levantar boas práticas de planejamento urbano a partir das experiências das pessoas que moram nessas cidades.
UB: Como você se sente por tirar o Cidades para Pessoas do papel?
NG: Estou muito feliz em ver meu projeto acontecer. É muito gratificante ver o número de pessoas que se mobilizaram para me ajudar a fazer o projeto dar certo. É delicioso ver que 150 pessoas já compraram quase 11 mil reais em cotas de patrocínio no www.catarse.me*. Qualquer um pode comprar cotas de microfinanciamento a partir de R$ 20 e ganhar recompensas. É uma delícia ver tudo isso acontecendo!
*O projeto ‘Cidades para Pessoas’ está cadastrado no Catarse.me, um site desenvolvido para dar financiamento a iniciativas que dependem de recursos financeiros. Os projetos precisam estipular quanto precisam e até quando. Caso consiga atingir a meta, o projeto recebe o dinheiro. Se não, todo o dinheiro arrecadado é devolvido aos financiadores.
UB: Quando decidiu que era hora de comprar uma bicicleta?
NG: Bom, eu sempre tive carro, desde os meus 18 anos. Aos 24 já era uma típica motorista paulistana estressada com problemas de coração, tinha engordado, etc etc. Na época, lembro de passar pela avenida paulista e de uma menina me entregar um folheto mostrando como os ciclistas deviam ser respeitados. Fiquei sonhando com uma bike durante os 30 minutos que demorei para chegar até o final da avenida paulista (hoje, de bike, demoro 5 minutos para percorrer a mesma avenida). Comecei a flertar com a ideia de pedalar na cidade. Em 2009 comprei minha primeira bicicleta. Parecia uma criança no dia em que fui buscá-la.
UB: Andar sobre duas rodas na cidade de São Paulo mudou alguma coisa pra você?
NG: Com certeza. Eu via coisas que nunca tinha visto porque sempre me locomovia com uma armadura de 1 tonelada de ferro: meu carro. De bike eu paro na feira para tomar um caldo de cana, conheço gente, vejo detalhes da cidade que jamais veria de carro. Sou muito mais tocada pelos problemas de São Paulo: poluição, trânsito, enchente, moradores de rua...
UB: O que mais te choca ao andar de bicicleta pela cidade?
NG: Muita coisa me choca. Falta de educação, falta de cumprimento das leis. O que é mais chocante é constatar que esta é uma cidade feita e governada para atender os carros, não as pessoas. Todos estão dentro dessa lógica. Até as pessoas que andam a pé, por exemplo, atravessam a rua correndo para "não atrapalhar os carros". Isso é loucura.
UB: Então para você a lógica está invertida?
NG: Sim. As pessoas deveriam ser o topo da hierarquia desse sistema. Elas também estão atrás do volante dirigindo o carro. E quando elas estacionam e andam até o outro lado da rua? Também não merecem respeito? Gosto muito de uma campanha da CET que diz: se a cidade fosse formada por vários de você, ela seria melhor ou pior? É nisso que devemos todos pensar. Se todos fossem como o cara que me fecha todos os dias a caminho do trabalho, a cidade seria inabitável.
UB: O que a cidadã Natália Garcia faz para melhorar a cidade?
NG: Ando de bicicleta, separo meu lixo, respeito as pessoas (sejam elas moradores de rua, motoristas, outros ciclistas, pedestres...), procuro escrever sobre assuntos que ajudem a reflexão das pessoas em relação a possíveis melhorias da cidade e pedalo: não emito poluentes nem ocupo espaço demais na rua.
UB: Pra você, qual o maior problema urbano na cidade de São Paulo?
NG: Geralmente quando falamos de problemas urbanos, apenas falamos de relações verticais, entre poder e pessoas. Para mim, o maior problema é a relação horizontal, pessoas com pessoas, por exemplo: reclamamos muito da infra-estrutura da cidade, mas por mais problemática que seja, existem faixas de pedestres, que infelizmente não são respeitadas. Muitos motoristas apenas param na faixa por que existe um semáforo que os mandem parar, senão, o perigoso é todas as ruas virarem um marginal, onde carros são prioridades, e não os pedestres. Quando as pessoas começarem a observar a relação horizontal, elas vão começar a perceber o maior problema da cidade: a competitividade. Em vez de competir, elas irão cooperar.
Mais informações sobre o Cidades para Pessoas:
por: Fernando Lima - Urbanias
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