Como funciona a medição da qualidade do ar em SP

Postado em 13.9.10 por Ana Krepp |



Ontem, a temperatura chegou a 30 graus, a umidade atingiu 29% e quase todos os bairros da cidade apresentaram qualidade do ar ruim.
Depois de semanas sem chuva, os índices de umidade e de qualidade do ar passaram a fazer parte do noticiário diário e das preocupações dos paulistanos, que querem saber quando poderão respirar melhor. Para entender melhor quais são os modos de controle e medição, o Urbanias conversou com Carlos Eduardo Komatsu, gerente de Qualidade Ambiental da CETESB.








Quais parâmetros são utilizados na medição da qualidade do ar em SP?

A medição sistemática da qualidade do ar é restrita a um número de poluentes, definidos em função de sua importância e dos recursos disponíveis para seu acompanhamento. O grupo de poluentes que servem como indicadores de qualidade do ar, adotados universalmente e que foram escolhidos em razão da freqüência de ocorrência e de seus efeitos adversos, são:
Material Particulado (MP); Dióxido de Enxofre (SO2); Monóxido de Carbono (CO); Ozônio (O3); Óxidos de Nitrogênio (NOx). No caso do material particulado deve-se observar que o monitoramento inclui as partículas totais em suspensão, partículas inaláveis, partículas inaláveis finas e fumaça.
Além disso, existem outros parâmetros avaliados pela CETESB, em alguns estudos específicos, como por exemplo: Chumbo, Aldeídos, Fluoretos, Sulfeto de hidrogênio, etc.

Há atualizações constantes desses parâmetros? Qual foi a última atualização?

Os padrões nacionais foram estabelecidos pelo IBAMA - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e aprovados pelo CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente, por meio da Resolução CONAMA 03 de 1990. Atualmente, no Estado de São Paulo, existe um grupo interinstitucional coordenado pela Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria da Saúde com participação de representantes da universidade, setor produtivo, transportes, entre outros, que está discutindo as recomendações da Organização Mundial de Saúde visando à revisão dos padrões atuais com a perspectiva de finalização dos trabalhos neste ano.


Há diferença entre o valor das medições de SP em relação às cidades européias, por exemplo?

Os padrões nacionais de qualidade do ar são, para a maioria dos parâmetros, idênticos aos padrões americanos. No caso dos padrões europeus, embora estes sejam mais restritivos, são admitidos vários dias de ultrapassagem ao longo do ano, como por exemplo: o padrão diário de partículas inaláveis que pode ser excedido 35 vezes no ano.


Com a adoção de níveis mais severos de medição seria possível dizer que a qualidade do ar é adequada ou entraríamos em alerta mais frequentemente?

Caso os padrões de qualidade do ar sejam mais restritivos é natural que tenhamos mais ultrapassagens do nível considerado adequado. Neste sentido deve-se esclarecer que a alteração dos padrões não implica na redução dos níveis de concentração dos poluentes, mas na modificação da escala com que as concentrações são comparadas. As reduções efetivas na concentração dos poluentes dependem dos programas de controle de emissões que vêm sendo aplicados e que resultaram em níveis menores de poluição em relação à década de 80 e 90.


Como o cidadão pode se proteger da exposição à baixa qualidade do ar?

A CETESB em conjunto com a área de saúde elaborou uma série de recomendações à população quando as concentrações de poluentes atingirem determinados níveis de concentração. Essas recomendações podem ser consultadas no site da CETESB.
edit post
0 Response to 'Como funciona a medição da qualidade do ar em SP'

Postar um comentário